quarta-feira, 27 de abril de 2011

Quando a vida nos muda...

Pensei em voar. Mas quero ficar aqui.
Escolhi seguir pelo mar. Mas quero ficar aqui.
Decidi que queria estar longe, bem longe onde só é possível abraçar os sonhos.E ainda quero ficar aqui.
Fiz planos na areia que passaram para o papel. Transformei a tua água salgada em aconchego doce como o mel.
Senti o sabor da vitória e subi alto até a lua. Fui sozinha e não voltei. Não voltei, pelo menos para ti.
Uma mulher forte nada mais precisa do que caminhar em cada passo. Faz dos pesadelos pedrinhas para atirar ao rio e caminha qual menina com as flores no regaço. A saudade perdeu-a pelo caminho, como pergaminho na garrafa que foi um dia abandonado em alto mar. Os sorrisos e momentos felizes vivem na sua casa como o corpo que não a larga por mais que se queira libertar. Da dor que lhe infligiram faz malabarismo de circo e deixa sempre o público pasmado com tanta habilidade. Do colo frio do sofá fez moldura, daquelas que deixa esquecida na mesa de cabeceira e para a qual nunca olha. No meio de tudo isto segreda-me ao ouvido: "Sabes, a mulher é forte, aventureira e fugaz. Ela escapa-se por entre os teus dedos se não lhe mostras do que és capaz."
E desta vez te digo-te: pensei em voar mas vou abrir asas inexperientes o mais e melhor que souber. Vou fazê-lo sem medo e mais ainda sem procurar por ti.
Vou seguir pelo mar e enviar abraços a quem puder. Estão guardados e são sobretudo destinados a quem os merece! Irei um dia para longe, bem longe daqui. Vou viver cada segundo dos meus sonhos e não, já não quero ficar aqui!

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