terça-feira, 8 de março de 2011

O voar da gaivota

Sol brando em noite escura. Fina como o gelo e doce como a alvorada desta manhã.
Embrulhando os meus próprios pensamentos em prendas para te oferecer, avisto gaivotas que desejam um poiso para descansar. Por vezes a terra seca, é o melhor abrigo dos animais. E dos humanos.
O poiso mais reconfortante não tem necessariamente que ser o melhor para nenhum dos espécimes. Muitas vezes vão ficando porque se simplesmente deixam ficar. Não existe pensamento racional ou lógica matemática nesta ciência da vida. A maior parte do tempo torna-se bem mais complicada do que complexas equações e bem menos compreensível do que qualquer pensamento económico.
Essa é no fundo a natureza dos seres humanos. A liberdade inerente nas acções de todos os animais que lutam por algo, na base do instinto - sem sabendo bem porquê - está igualmente inscrita no nosso código genético.
O abrir de asas para sentir a brisa e o poder de saber voar, de querer, ir e partir é também um dom e uma bênção humana. Procura hoje libertar-te, querida gaivota. Rasga com essas asas de abraço o céu que é teu e de mais ninguém! Se feliz na tua liberdade de menina para que possa ser feliz também.

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