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Ouço gritos que ecoam por toda a rua. São gritos frios com fome de abrigo.
Dizem-me "Segue em frente, sempre em frente!" Quero parar e desobeçer mas não consigo. As pernas, minhas eternas traidoras, iniciam a marcha que não desejei e caminho.
Julgo escutar soluços enegrecidos de dor e de desespero e, só desta vez, olho para o lado e vejo rostos envoltos em lágrimas. São rostos endurecidos, que estão vincados pelas marcas de guerra e que me imploram que fique. "- Segue em frente" - oiço, e mais uma vez caminho. Deixo para trás as lamúrias e angustias destes pobres errantes e avanço, sem olhar para trás. Avisto assustada a loucura de almas perdidas que dançam entrelaçando os braços, as mãos e os pés. Caem redondos no chão e riem desalmadamente das suas acrobacias. Notam a minha presença e pedem-me para esperar mas oiço novamente a voz e sigo.
Alcanço os braços de um amigo que advinha o que sinto. Ele que me envolve no caloroso cantinho que, como sempre, tem guardado só para mim. Olha-me de frente como se sorrisse para o mundo. Sorri-me daquela forma encantadora, que só ele sabe fazer tão bem e seduz-me para ficar... Oiço a vozinha interior " em frente, em frente!" e quase a chorar persigo o meu rumo, em silêncio.
Agarro-me ao sonho enquanto sinto a dor na alma pelos sacrificos feitos em cada dia. Até quando meu Deus?
Olá Sara!
ResponderEliminarDepois do choque inicial, teve a sua piada. Senti-me um miúdo em cima daqueles carrinhos de 0,50€) à entrada dos cafés.